quinta-feira, 3 de maio de 2012

Série - Marketing Político

Marketing Político II
Por Xiko Melo
Origem
Desde quando surgiu no seu formato moderno na campanha do General Eisenhower, nos Estados Unidos, em 1952, até hoje, podemos observar a generalização do uso e a sofisticação crescente da atividade, que se transformou no mais eficiente instrumento eleitoral das democracias contemporâneas e na mais bem sucedida forma de difundir idéias.
No Brasil, se confunde o marketing político com a propaganda eleitoral. Na verdade, a propaganda eleitoral gratuita é a última fase de um trabalho muito mais amplo e complexo. O marketing político não é só propaganda e defini-lo é complicado, mas podemos afirmar que o marketing político é um conjunto de procedimentos e técnicas, utilizando pesquisas qualitativas e quantitativas, para avaliar os humores, variações do eleitorado para, a partir daí, encontrar o melhor caminho.
Eleição após eleição, muitas novidades surgiram. No início os grandes avanços foram a promoção de apenas uma proposta por aparição ("Unique Selling Proposition" - USP) e a propaganda negativa (ataque a outros candidatos).  Depois, vieram os debates e com a segmentação do eleitorado, vimos às peças publicitárias dirigidas a minorias.
O político está virando um produto do marketing, ou “que os marketeiros estão despolitizando a eleição”. Bem, um político virar um produto, não é o caso, mas torná-lo uma marca, isso vem sendo feito.
Não podemos afirmar que um político é igual a um sabonete, mas as técnicas de marketing utilizadas podem ser semelhantes. Um sabonete, para o consumidor, não significa apenas uma barra de saponáceo para higiene corporal, assim como um candidato tampouco significa para o eleitor apenas uma pessoa isolada. A técnica sempre estará a serviço das vantagens, dos projetos, do seu conteúdo, criando assim uma embalagem que deve sempre falar o que realmente o produto tem de melhor. (Quando as têm, as contra-indicações normalmente são ditas pelo opositor). É claro que quando se adquire um produto que não corresponde ao anunciado, todos temos o direito de devolvê-lo, como foi o impecheament do Collor, ou mesmo não votando mais no político enganador.
Elevar do marketing ao topo da pirâmide de poder político é um equívoco, no entanto, se bem utilizado tende a ser confundidos com seus próprios objetos, tal é a relação íntima que se estabelece entre estratégia de marketing e propósitos do cliente.
O trabalho é criar uma boa embalagem para um bom produto, afinal, você já viu anúncio de classificados de venda de carro em que diz “vendo Chevete 79 todo enferrujado, sem documento e com os faróis quebrados”? Ora, sejamos realistas. Todos nós temos defeitos e virtudes, e na vida real não existem mocinhos e bandidos, todos nós temos nossos momentos de vilão e de herói, isso é normal. O grande segredo no marketing atual é justamente isso, não esconder a verdade, é mostrar para todos que aquele político é um ser humano, que mostra com entusiasmos suas virtudes, mas principalmente não esconde seus defeitos e os enfrenta com coragem.

"Um príncipe sábio deve observar modos similares
e nunca, em tempo de paz, ficar ocioso”
Nicolau Maquiavel em 1513

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