terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sociedade e Gênero: comunidade LBGTTTI promove a 15ª parada para discutir a implantação da criminalização da homofobia/ lesbofobia/ transfobia

Airam Costa
Comunidade LGBTTTI – Lesbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros e Intrassexuais, promoveram neste domingo (14) a 15ª Parada Orgulho Gay, tendo como temática central o combate e a criminalização da homofobia/ lesbofobia e transfobia. No Rio de Janeiro, em Copacabana, segundo dados da policia militar, estavam presentes no momento da manifestação aproximadamente 250mil pessoas. A Lei PLC 122/ 2006 vem sendo questão de debate para que os cidadãos e cidadãs homossexuais tenham o direito de expressar-se em público sem medo de opressões.

Segundo Elizangela Oliveira Silva, heterossexual e professora, a homossexualidade é natural, emerge do ser humano e, por isso não é algo que alguém lhe ensina, nem que você adquire. “Inclusive o casamento, é um direito dos homossexuais, já que são pessoas humanas como as demais”, comenta. Em concordância, Gecilda dos Anjos Brito, heterossexual e secretaria, diz que a comunidade LGBTTTI tem sim a oportunidade de lutar por seus direitos, em vista que são seres humanos como qualquer outra pessoa e, portanto, merecem o devido respeito assim com os heterossexuais e os bissexuais.

A violência contra homossexuais tem crescido cada vez mais. Segundo informações do Grupo Gay da Bahia, a partir de pesquisas que revelaram dados alarmantes da homofobia no Brasil, a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABGLT, juntamente com mais de 200 organizações afiliadas, espalhadas por todo o país, desenvolveram o Projeto de Lei 5003/2001, que mais tarde veio se tornar o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006, que propõe a criminalização da homofobia/ lesbofobia e transfobia, garantindo direitos para cidadãos e cidadãs homossexuais.

“Cada pessoa tem uma experiência própria de vida diferenciada que acaba se destinando a um ponto que quer seguir. Se a pessoa se sente bem e se encontra enquanto ser vivo partindo dessa filosofia de vida acaba sendo um direito de cada indivíduo viver conforme o que quer”, comenta Rita de Cássia Mota Ferreira, heterossexual e diretora escolar. Para ela, a homossexualidade é natural e os indivíduos homossexuais possuem o direito de viver conforme suas seus princípios, levando em conta que são todos humanos como qualquer outra pessoa.

AGRESSÃO
Movidos pela intolerância contra homossexuais, jovens de classe média alta, homofóbicos praticam violentamente altos cruéis contra cidadãos gays. As agressões contra homossexuais, segundo Débora Araújo, heterossexual e professora, é uma assunto muito preocupante. Na segunda-feira (15) quatro jovens agrediram dois rapazes, alegando que a dupla seria homossexual. Após o primeiro ataque, os jovens seguiram andando pela Avenida Paulista, e atacou mais três pessoas, com lâmpadas florescentes, enquanto os rapazes esperavam um táxi.

Sendo aprovado no Congresso Nacional, o projeto de Lei PLC alterará a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, distinguindo como crime a discriminação ou preconceito de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero. O projeto procura equiparar esta situação à discriminação de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, sexo e gênero, deixando claro que o autor do crime ficará sujeito a pena, reclusão e multa. Com a implantação da Lei PLC 122 os cidadãos ou cidadãs homossexuais terão o direito de ir a qualquer posto policial e prestar queixa formal por sofrer discriminação por causa de identidade de gênero ou sexualidade.

Segundo Arnaldo Marques, estudante de Engenharia da Computação e homossexual, a homossexualidade é uma questão normal como qualquer outra questão de gênero. Pra ele os indivíduos que constituem a comunidade LGBTTTI têm o direito de sentir-se não somente inserido na sociedade, mas incluso e um agente importante para o surgimento e desenvolvimento dela. “Uma sociedade, independente do gênero dos indivíduos, é formada por humanos, e sãos as diferenças que promovem a diversidade e a pluriculturalidade”, comenta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário