segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Em Feira, o Tomba é um bairro que preserva


Por: Luilma Freitas

A cidade de Feira de Santana é conhecida por seu amplo comércio, proporcionado pela sua extensão territorial e número de habitantes que chega a quase 600 mil pessoas. Nas ruas e avenidas da metrópole encontram-se moradores de várias cidades vizinhas que são atraídos por oportunidades de empregos e também pelas universidades onde podem cursar o terceiro grau.
Aí está um bom motivo para que o ambiente cultural da cidade ganhe expressão e ofereça a estas pessoas, principalmente aos estudantes, opções de entretenimento e ao mesmo tempo passe conteúdos informativos. Porém estes aspectos só podem ser apontados em alguns bairros da cidade que ainda cultua movimentos culturais nativos, como é o caso do bairro Tomba.
Hoje o local além de ser identificado por seu comércio forte, também é destaque pela manutenção das tradições culturais, como a feira livre, grupos de afoxé, blocos micaretescos, festejos comemorativos do Dois de Julho, data da Independência da Bahia, quadrilhas juninas e reisados a moda antiga.
Identidades - Como explica a socióloga Waneska Cunha, “os sujeitos não nascem com a identidade nacional, estas são construções sem as quais o homem moderno se sentiria perdido. Ou seja, a cultura nacional é um discurso, um modo de construir sentidos que influencia e organiza tanto nossas ações quanto a concepção que temos de nós mesmos. Esta cultura nacional é constituída de memórias do passado, o desejo de viver em conjunto e a perpetuação da herança”.
Já na identidade regional as pessoas se cercam das manifestações que o ambiente próximo oferece, ou seja, como Feira de Santana é uma cidade do sertão baiano, a figura do sertanejo – o homem firme e forte tão bem lembrado pelo escritor Euclides da Cunha, no seu livro A Guerra de Canudos – fica evidente. E isso se reflete nas manifestações do reizado, por exemplo, onde podemos captar danças e atitudes que denotam a personalidade deste personagem. Dessa forma se observa que a cultura de Feira de Santana, no que diz respeito aos movimentos culturais, é mais facilmente identificada nos bairros do que no centro da cidade porque são eles que abrigam as tradições e cultura de um povo. O que não quer dizer que ela não esteja implícita em cada cidadão feirense, ela apenas não está tão exteriorizada.

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