terça-feira, 17 de abril de 2012

Série - Marketing Político

Marketing Político - I
Por Xiko Melo

A idéia pode até assustar ou incomodar os puristas e românticos, mas no marketing político atual não há mais espaço para improvisações.
A dinâmica do mundo contemporâneo, com transformações ágeis e sucessivas, avanços tecnológicos surpreendentes, mudanças rápidas de paradigmas e conceitos, causando impactos generalizados, também respingou, é claro, no marketing político.  Com um ingrediente a mais: a evolução da sociedade brasileira, com maior concentração nas centros urbanos, recebendo maior carga de informações que, com certeza, influenciam no conceito coletivo de cidadania, ética, respeito ao eleitor, compromisso com a sociedade.
Se o eleitor passou a ser mais exigente, o que não é algo circunstancial, mas conseqüência da própria mudança social e da evolução política, o candidato apenas dos santinhos, dos tapinhas nas costas, dos pequenos favores, aparece como algo no mínimo anacrônico.
Para chegar ao voto, o candidato tem que recorrer às novas formas de comunicação, iniciando por uma assessoria eficiente, competente, que não se limite a plantar notinhas nos jornais, conseguindo espaços esporádicos nos programas de rádio. Mas também, seja capaz de planejar e criar fatos e ações que levem o candidato até o povo, é preciso pensar macro e agir micro, segmentar as ações.
Hoje só com profissionalismo e um candidato consistente para começar uma campanha de sucesso. Não é apenas um rosto ou um slogan. Também não deve ser um tecnocrata, pelo contrário, o novo profissional tem que sentir o que o povo sente, é preciso ser “emoção”, com uma boa cabeça e os pés fincados no chão, de preferência balizado por pesquisas. O resto é falácia, é fantasia, é tentativa de mergulhar no túnel do tempo, e ignorar as transformações políticas e sociais. É ignorar que o próprio eleitor exige um novo comportamento.  Há, naturalmente, margens para equívocos, para se pensar que candidato é como sabonete ou qualquer outro produto. Afinal, nem tudo e nem todos são santinhos, há os adesivos, o outdoor, o balão, que nem sempre é o de ensaio, e há até mesmo as “praguinhas”...

"Tendo o príncipe necessidade de saber usar bem a natureza do animal, deve escolher a raposa e o leão, pois o leão não sabe se defender das armadilhas e a raposa não sabe se defender da força bruta dos lobos. Portanto é preciso ser raposa, para conhecer as armadilhas e leão, para aterrorizar os lobos."             
Maquiavel

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