Marketing Político - I
Por Xiko Melo
A idéia pode até assustar ou incomodar os puristas e
românticos, mas no marketing político atual não há mais espaço para
improvisações.
A dinâmica do mundo contemporâneo, com transformações
ágeis e sucessivas, avanços tecnológicos surpreendentes, mudanças rápidas de
paradigmas e conceitos, causando impactos generalizados, também respingou, é
claro, no marketing político. Com
um ingrediente a mais: a evolução da sociedade brasileira, com maior
concentração nas centros urbanos, recebendo maior carga de informações que, com
certeza, influenciam no conceito coletivo de cidadania, ética, respeito ao
eleitor, compromisso com a sociedade.
Se o eleitor passou a ser mais exigente, o que não é
algo circunstancial, mas conseqüência da própria mudança social e da evolução
política, o candidato apenas dos santinhos, dos tapinhas nas costas, dos
pequenos favores, aparece como algo no mínimo anacrônico.
Para chegar ao voto, o candidato tem que recorrer às
novas formas de comunicação, iniciando por uma assessoria eficiente,
competente, que não se limite a plantar notinhas nos jornais, conseguindo
espaços esporádicos nos programas de rádio. Mas também, seja capaz de planejar
e criar fatos e ações que levem o candidato até o povo, é preciso pensar macro
e agir micro, segmentar as ações.
Hoje só com profissionalismo e um candidato
consistente para começar uma campanha de sucesso. Não é apenas um rosto ou um
slogan. Também não deve ser um tecnocrata, pelo contrário, o novo profissional
tem que sentir o que o povo sente, é preciso ser “emoção”, com uma boa cabeça e
os pés fincados no chão, de preferência balizado por pesquisas. O resto é
falácia, é fantasia, é tentativa de mergulhar no túnel do tempo, e ignorar as
transformações políticas e sociais. É ignorar que o próprio eleitor exige um
novo comportamento. Há,
naturalmente, margens para equívocos, para se pensar que candidato é como
sabonete ou qualquer outro produto. Afinal, nem tudo e nem todos são santinhos,
há os adesivos, o outdoor, o balão, que nem sempre é o de ensaio, e há até
mesmo as “praguinhas”...
"Tendo
o príncipe necessidade de saber usar bem a natureza do animal, deve escolher a
raposa e o leão, pois o leão não sabe se defender das armadilhas e a raposa não
sabe se defender da força bruta dos lobos. Portanto é preciso ser raposa, para
conhecer as armadilhas e leão, para aterrorizar os lobos."
Maquiavel
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